quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Porca Miséria IV - ensino


O Ensino é sem dúvida uma das mais importantes esferas sociais da sociedade. Este assegura a reprodução dos saberes dos povos através da socialização dos indivíduos jovens, através da modelação e do estimulo dos caracteres, incutido por novos saberes ou incorporando os deixados pelas gerações. É de domíniu público, que como os jovens são hoje (em Portugal, ignorantes), assim será a sociedade de amanhã (desesperadamente estúpida e troxa - a menos que aconteça a revolução cultural). Pouco valem os remendos, “novas oportunidades (para entreter o pagode)” e “universidades de terceira idade”- nada disso é capaz de repor as malfeitorias (burro velho não aprende línguas): cursos tirados por faz/e-mail, abandono escolar, ausência de perspectivas, ensino de qualidade para elítes (geralmente "geneticamente"* pouco dotadas (é assim a nova-aristrocracia) … Qualquer governo responsável, defensor dos interesses do seu povo, que tenha algum grau de inteligência, projecta, constrói e trabalha para o desenvolvimento progressivo da actividade de ensino. Qualquer governo responsável dá prioridade ao sector, dotando de recursos financeiros, equipamentos, conhecimentos e pessoal de alto nível (não pode ser ministro alguém que não conheça a realidade cultural, social, regional,… Isso acontece no nosso País - está a ser desmantelado o sistema público de ensino; mercantiliza-se o ensino; hipoteca-se o futuro das gerações e do País; perseguem-se os professores, destoe-se o ensino democrático preparando a sociedade para o regresso dos caudilhos (a escola é o local previligiado para ensinar a democracia). Não necessitamos de um primeiro-ministro “(só)dotado de nascença” e de uma ministra que não mostra os dentes com ar sisudo, necessitamos de uma política de esquerda que estabeleça o ensino como uma estratégia nacional para nos tirar do círculo do atraso, como aconteceu nos anos imediatos ao 25 de Abril, mas agora com mais determinação e empenho e sem a direita a abortar essa tarefa patriótica.

* atenção "geneticamente" deve ser lido como ideologicamente

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