terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Ciências Islâmicas e a Idade de Ouro da Ibéria


A partir do século IX, sob a égide de califas esclarecidos, o génio árabe culminou no desenvolvimento das ciências ao frutificar a herança dos clássicos. É esse génio que vai dotar o Ocidente dos instrumentos para um verdadeiro renascimento intelectual. O árabe das arábias, tornou-se na língua da ciência, da filosofia, da administração e da difusão do livro sagrado dos muçulmanos, ligando os centros de conhecimento desde Toledo (na Península Ibérica) até Samarcande (na Ásia) passando entre outros por: Saragossa, Cordoba, Fez, Marrakesh, Bejaïa, Kairuan, Cairo, Damasco, Bagdad, Maragha, Rayy, Shirâs,...


O conhecimento árabe alicerçava-se na observação sistemática dos fenómenos, permitiu agrupar conhecimentos e recuperar os restos da destruição obscurantista cristã. A Península Ibérica, com a ocupação de parte do seu território pelos muçulmanos, viveu um período de ouro da sua história, tanto nos territórios ocupados pelos muçulmanos como nos não ocupados (ou com relativa autonomia).


As ciências, as indústrias, as pescas e a agricultura alicerçaram-se nos conhecimentos tecnológicos, muitos saídos dos centros científicos espalhados por uma vasta região do globo, que meteram em contacto os saberes da Ásia, da África e da Europa.


Mais tarde os descobrimentos portugueses só foram possíveis com a assimilação destes conhecimentos e a existência de um ambiente multicultural facilitador da difusão dos saberes. Os árabes abriram-nos os horizontes para outros mundos. A destruição desse ambiente deu-se com a introdução da inquisição que levou à decadência das sociedades ibéricas e ao regresso do obscurantismo que predurou até Franco e Salazar e que ainda, hoje, afecta o pensamento político e ideológico da superestrutura social arquireacionário de direita.

Sem comentários: