quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Tango das Décimas


Hoje, o governo veio a público tocar o badalo – “somos muito bons”, crescemos 1,9 % em 2007 e atingimos um crescimento de 2,0 % do PIB no último trimestre de 2007.

Cá vai a minha opinião , expressa em duas ou três verdades de Monsieur de Lapalice (em português: verdades simplórias, obvias até para bananas). Só não vê quem não quer!


  • Continuamos a afastar-nos da média da Europa. Estamos mais pobres. Continuamos a perder terreno em relação ao centro da Europa. Estamos longe dos ritmos de crescimento da China, Índia, Brasil, …. Cuba com taxas de dois dígitos, ou próximas. A economia portuguesa cresceu metade da economia espanhola, com 3,8%, o nosso principal parceiro e concorrente económico.
    O crescimento é estéril pois não só não criou emprego e bem-estar social como teve o efeito de reduzir drasticamente o emprego, aumentar as falências das empresas e diminuir a competitividade das PME.
  • As exportações desaceleraram – ou seja, mesmo gerando mercadorias para exportar, devido ao garrote sobre o consumo no mercado interno, elas não saem pois não somos competitivos. Os mercados mundiais não reconhecem o trabalho socialmente incorporado pelos portugueses (os trabalhadores até podem trabalhar noite e dia, só que as mercadorias para além da componente de mão de obra a baixos preços não incorporam savoir-faire [saber fazer]. Não há inovação. não há trabalho valorizado).

  • A nossa classe política perdeu o folgo, anda com a língua de fora (devolta dos donos). Sem norte. Perdeu o sentido do razoável, da decência e o próprio tino… Vir a público comentar, com fanfarras, ora a subida, ora a descida de umas miseras décimas tornou-se brincadeira de desesperado em fim de paradigma (por sinal bem curto).
Este aumento do PIB em 1,9 % foi bem curto. Só serviu para encher a pança aos mesmos de sempre. Em género de advertência os economistas (TURBO)neoliberais do clube dos “trolorós” vão dizendo que são necessários mais apertos. Eu cá sei onde é que eles deviam levar um aperto,... para ver se ganham tino. No tempo dos nossos avós quando uma criança dizia asneiras era logo chamada a atenção e aplicada na respectiva língua uma doze de pimenta. Os "nossos" economista e os "nossos" políticos de direita dizem cada (m...) patacuada, que até parecem buracos negros onde a decência intelectual desaparece para todo o sempre, emitindo uns raios de cinismo cada vez mais insuportáveis...

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