quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

África disse “NÃO”, em Lisboa

Primeiro, os dirigentes africanos impuseram a vinda de Mugabé a Lisboa contra a vontade dos ingleses pedantes. Os interesses dos “ditadores” são diferentes dos interesses dos povos. Apesar da malformação e malcriação do chefe de Governo português ao ter-se recusado a cumprimentar um hospede, convidado, mas não desejado, os dirigentes africanos portaram-se à altura e com dignidade, manifestando respeito para com o povo português.

Segundo, para surpresa de todos, a África, que alguns julgam ter como coutada (por estar na miséria), disse “NÃO”! Não ao garrote dos Acordos de Parceria Económica. Não às imposições leoninas de liberalização barbara das trocas comerciais. Não à reencarnação do “pacto colonial”.

Terceiro, a Europa, quis impor a África decisões da Organização Mundial de Comércio, uma organização não eleita que manda em governos supostamente "democráticos". Os Vinte e Sete exigem aos países de África que abram os seus mercados às exportações da União Europeia sem direitos aduaneiros.

Concluindo: os resultados desta cimeira, apesar de terem sido escondidos pela comunicação social, criaram problemas internos dentro da própria UE em vésperas da assinatura do “tratado (constitucional) de Lisboa”. Nicolas Sarkozy, pressionado pelos africanos teve a esperteza oportunista de dizer: «Eu sou pela Globalização, sou pela Liberdade» (pois já se vê liberdade só a dos mercados), declarou ainda «mas não sou pela espoliação de países que, de resto, já não têm nada». A revolta foi enorme em África, houve manifestações um pouco por toda a África sub-sahariana e a UE cedeu.

Mas para Portugal as ondas de choque ainda não terminaram, ao desbaratar um “capital” de prestígio internacional acumulado nos últimos trinta anos, Portugal está pior “cotado” e está a sofrer represálias. Uma das últimas foi o cancelamento Rally Lisboa-Dakar. O Governo de Portugal portou-se mal nesta cimeira, O Governo de Portugal portou-se mal “nos voos de raptados pela CIA”, O Governo de Portugal portou-se mal com os povos árabes, balcânicos vítimas do imperialismo americano. Os Governos de direita portugueses comportam-se como lacaios dos imperialistas, assumindo os "trabalhos" mais sujos...

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