As metas previstas pelo Governo para o fim de 2007 apontavam para estar a funcionar em velocidade cruzeiro 200 Unidades de Saúde Familiar(USF). Essas (USF) eram (e são) apresentadas pelo ministro como a panaceia para todos os males: acabar com a falta de médicos; motivar os profissionais de saúde, fim das listas, etc… um remédio santo, uma banha da cobra prescrita pelo ministro e por seus colaboradores mais próximos. Hoje, expiramos o prazo e estamos a 1/2 da meta pretendida pelo governo, só 100 USF em funcionamento. Nesta área como noutras, da Saúde, o Governo, o Ministro e os seus Colaboradores, revelam uma incapacidade crónica desastrosa e uma ignóbil característica de mal intencionados a que se acrescenta o ataque ao social como coveiros do sistema.
O fracasso numérico, da pouca adesão, não foi motivo para cancelar os festejos. Não tinham 200. As 100 também serviram! E vai daí rodou o champanhe servido em copos de plástico. Que piroso! Nunca tinha visto tanta tia de "práaaaastico em riste". [A imagem despertou em mim sentimentos tragico-cómicos de uma cena de há 20 e tal anos atrás, uma "vulgata balcânica" (entre Rodópes e Vitosha). A que chegamos para ganhar uns cobres!]
Estas políticas caracterizam-se por:
* um modelo de USF que não funciona, onde foi experimentado todo o velho instrumentário: "consumidor pagador" (vulgaridade), "quem quer saúde paga" (individualismo), "novas oportunidade de negócio" (vigarices), menos Estado (apropriação por alguns), mais privados (INIFICIÊNCIA SOCIAL), substituição do tendêncialmente gratuíto substituido pelo tendenciamente pago (sinismo), etc ... pelo visto isto não pode funcionar em Portugal, obviamente.
* A escolha para a missão da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários do Dr. Luís Pisco, presidente da Associação dos Clínicos Gerais, está longe de ser satisfatória, em termos de conhecimento da realidade, para a tarefa que lhe atribuiram. Esse médico não se limita a apologia das teses neoliberais para a saúde, na prática aplica o princípio do arrasar tudo o que de existe, mérito também do PS, para depois entregar aos grupos económicos, câmaras, “cooperativas”, IPSS o espólio e o “mercado emagrecido pronto a usar” em forma de privatização ou concessão (socialização dos custos e privatização dos lucros)… Na acção da prática política do Governo, dos colaboradores da Missão para a Reforma dos CSP, em concomitância com os grupos financeiros assistimos ao assalto dos bens do Estado. Estamos perante um vendaval TURBO-neo-liberal que só não é mais forte porque as populações se mobilizam para evitar o genocídio dos que não têm rendimentos para pagar seguros de saúde;
* O Ministro da Saúde afastou do processo de reestruturação dos Centros de Saúde os profissionais de saúde (enfermeiros, administrativos, médicos,...). Hoje, à medida que há mais informação disponível cresce a oposição às USF por parte dos profissionais (resistência passiva e activa (sindicatos e Ordem)) e utentes do SNS. O sistema que o Governo quer impor tem elevados custos para o erário público e parcos resultados práticos (dados das USF em funcionamento). É já obvio que estamos a destroir um sector modelo nacional e internacional 12º noranking da Organização Mundial de Saúde);
* Os médicos de família estão a ser retirados do interior do país, das zonas rurais, das extensões longínquas e deslocados para suprir as necessários das USF, numa perspectiva de negócio, que não acrescenta nada de novo do ponte de vista da eficiência social e da eficiência da afectação dos recusos, nem da resolução dos problemas dos doentes;
* As 100 ou 200 USF (ou todas as sonhadas pelo ministro) não vão resolver o problema dos actuais 2.000.000 utentes sem médico de família em Portugal. Não há milagre da multiplicção dos pães (médicos), isso só existe na cabeça de mentes pouco saudáveis;
* As USF que arrencaram e as que nunca o serão não vão resolver os problemas graves relativos a uma quantidade esmagadora de médicos à beira da reforma e a falta de reposição desses Recursos Humanos;
* A única coisa em crescendo é a crise em crecendo dos hipocondríacos saudáveis. Esta invenção da indústria farmacêutica em conluio com os governos de direita, resultaram em 550 toneladas de lixo caro e perigoso, medicamentos, que, num momento de lucidez, os doentes não tomam.
Não se pode nem deve exigir mais ao Dr. Luís Pisco e à restante equipa, pois estamos certos que estão a fazer o seu melhor que é pouco e muito mau: pouco porque não consegue justificar as listas de doentes sem médico de família (dois milhões em crescendo). Muito mau porque não consegue perspectivar qual deve ser o papel de um profissional nos Cuidados Primários ou na assistência primária e avaliar das necessidades do interior de Portugal, dos idosos, da medicina de prevenção, da educação para a saúde, dos centros de saúde como porta de entrada para o Sistema Nacional de Saúde, etc...
Por último, criar barreiras à entrada no sistema de saúde e originar excluídos do SNS tem custos para toda a sociedade em termos do retorno dos efeitos epidemiológicos e outros... O ambiente sanitário não é estanque e está instalado o caos e a pandemia do paradoxo liberal-irracional-anarquico.
O fracasso numérico, da pouca adesão, não foi motivo para cancelar os festejos. Não tinham 200. As 100 também serviram! E vai daí rodou o champanhe servido em copos de plástico. Que piroso! Nunca tinha visto tanta tia de "práaaaastico em riste". [A imagem despertou em mim sentimentos tragico-cómicos de uma cena de há 20 e tal anos atrás, uma "vulgata balcânica" (entre Rodópes e Vitosha). A que chegamos para ganhar uns cobres!]
Estas políticas caracterizam-se por:
* um modelo de USF que não funciona, onde foi experimentado todo o velho instrumentário: "consumidor pagador" (vulgaridade), "quem quer saúde paga" (individualismo), "novas oportunidade de negócio" (vigarices), menos Estado (apropriação por alguns), mais privados (INIFICIÊNCIA SOCIAL), substituição do tendêncialmente gratuíto substituido pelo tendenciamente pago (sinismo), etc ... pelo visto isto não pode funcionar em Portugal, obviamente.
* A escolha para a missão da Reforma dos Cuidados de Saúde Primários do Dr. Luís Pisco, presidente da Associação dos Clínicos Gerais, está longe de ser satisfatória, em termos de conhecimento da realidade, para a tarefa que lhe atribuiram. Esse médico não se limita a apologia das teses neoliberais para a saúde, na prática aplica o princípio do arrasar tudo o que de existe, mérito também do PS, para depois entregar aos grupos económicos, câmaras, “cooperativas”, IPSS o espólio e o “mercado emagrecido pronto a usar” em forma de privatização ou concessão (socialização dos custos e privatização dos lucros)… Na acção da prática política do Governo, dos colaboradores da Missão para a Reforma dos CSP, em concomitância com os grupos financeiros assistimos ao assalto dos bens do Estado. Estamos perante um vendaval TURBO-neo-liberal que só não é mais forte porque as populações se mobilizam para evitar o genocídio dos que não têm rendimentos para pagar seguros de saúde;
* O Ministro da Saúde afastou do processo de reestruturação dos Centros de Saúde os profissionais de saúde (enfermeiros, administrativos, médicos,...). Hoje, à medida que há mais informação disponível cresce a oposição às USF por parte dos profissionais (resistência passiva e activa (sindicatos e Ordem)) e utentes do SNS. O sistema que o Governo quer impor tem elevados custos para o erário público e parcos resultados práticos (dados das USF em funcionamento). É já obvio que estamos a destroir um sector modelo nacional e internacional 12º noranking da Organização Mundial de Saúde);
* Os médicos de família estão a ser retirados do interior do país, das zonas rurais, das extensões longínquas e deslocados para suprir as necessários das USF, numa perspectiva de negócio, que não acrescenta nada de novo do ponte de vista da eficiência social e da eficiência da afectação dos recusos, nem da resolução dos problemas dos doentes;
* As 100 ou 200 USF (ou todas as sonhadas pelo ministro) não vão resolver o problema dos actuais 2.000.000 utentes sem médico de família em Portugal. Não há milagre da multiplicção dos pães (médicos), isso só existe na cabeça de mentes pouco saudáveis;
* As USF que arrencaram e as que nunca o serão não vão resolver os problemas graves relativos a uma quantidade esmagadora de médicos à beira da reforma e a falta de reposição desses Recursos Humanos;
* A única coisa em crescendo é a crise em crecendo dos hipocondríacos saudáveis. Esta invenção da indústria farmacêutica em conluio com os governos de direita, resultaram em 550 toneladas de lixo caro e perigoso, medicamentos, que, num momento de lucidez, os doentes não tomam.
Não se pode nem deve exigir mais ao Dr. Luís Pisco e à restante equipa, pois estamos certos que estão a fazer o seu melhor que é pouco e muito mau: pouco porque não consegue justificar as listas de doentes sem médico de família (dois milhões em crescendo). Muito mau porque não consegue perspectivar qual deve ser o papel de um profissional nos Cuidados Primários ou na assistência primária e avaliar das necessidades do interior de Portugal, dos idosos, da medicina de prevenção, da educação para a saúde, dos centros de saúde como porta de entrada para o Sistema Nacional de Saúde, etc...
Por último, criar barreiras à entrada no sistema de saúde e originar excluídos do SNS tem custos para toda a sociedade em termos do retorno dos efeitos epidemiológicos e outros... O ambiente sanitário não é estanque e está instalado o caos e a pandemia do paradoxo liberal-irracional-anarquico.
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