sábado, 8 de março de 2008

O Facto Político de Chaves

Assim que Hítler ganhou as eleições na Alemanha criou um facto político para aniquilar os comunistas – o incêndio do Reichstag – a partir de aí os "nacionais-socialistas" desfizeram-se de todas as oposições, aniquilaram uma das experiências mais progressistas da Europa, as conquistas democráticas saídas, da República de Weimar (na qual a nossa constituição se inspirou). A burguesia (travestida em fascista, liberal, neoliberal, "socialistas"…) sempre utilizou os "grandes meios" das carnificinas para atingir os fins.

Em Chaves, o Ministro Santos Silva, ensaiou um pequeno Reichstag à portuguesa, à pressa, mal-parido, para desmobilizar os professores da manifestação do dia seguinte.
Teatralizando, o ministro, insultou as massas presentes na noite de Chaves, muitos dos presentes da área do PS, PSD, CDS… O «Fogo» quase pegava... mas, Chaves não é propriamente um "feudo Comunista (utilizando o prosaísmo provocatório da direita reaccionária)".
Nas TV, assistimos à “triste figura” de um provocador quixotiano em fúria contra a multidão de professores descontentes, rotulando-os de "comunistas", "prigosos para a democracia". O delírio foi tal que deixou as suas hostes caladas e incomodadas, no panorama nacional. A "movilíngue dos reformistas" e as "balelas" misturadas eram dos tempos da Guerra Fria. Hoje o mundo é diferente! Os comunistas do Akel estão no Poder no Chipre e novos ventos se levantam. O programa do PCP está adaptado à realidade e necessidades do povo português.
Só não se repetiram as cenas de Gondomar, a peixeirada de Matozinhos e o vendaval do Bulhão porque não havia, só, PS dos dois lados da barricada. Esses actos não são novos na cultura do PS, há antecedentes de provocações que acabam em "molho apimentado". Vai-lhes no sangue a arruaça, o submundo, a provocação, desesperadamente para arranjarem factos políticos para desmobilizar as vontades e as determinações. O tiro saiu lhes pela culatra / atiraram o balde de "merda" ao ar e este caiu-lhes em cima (em cheio). Ficaram imundos...

Mas a finalidade era essa. Estava tudo montado: câmaras de TV, jornalistas, timing adequado aos telejornais. Até pareciam os velhos tempos em que o PS meteu o País à beira da Guerra civil apoiado na distribuição de armas a civis (algumas ainda por encontrar ou ainda utilizadas no crime organizado) e na intimidação dos navios de guerra dos EUA ao largo das nossas costas. Foi o PCP que evitou o banho de sangue – os factos históricos são recentes e ainda não foram totalmente apagados. Nem serão. A recuperação capitalista começou aí e passou a contar com os três da vida airada (Cóco, ranheta e facada) PS, PSD e CDS.

Às provocações do ministro in nervoso miudinho, responderam os professores com um coro a chamar-lhe de “fascista” e “fascismo nunca mais”. A resposta veio, pronta, de gente do seu partido que melhor que qualquer um dos outros o conhece. O ministro bem tentou afirmar que não o foi e não o é (fascista). Mas ministro insultou a memória de muitos anti-fascistas que lutaram contra o fascismo sob a liderança de Álvaro Cunhal. Alguns, hoje, do PS: Salgado Zenha, Mário Soares, Manuel Alegre e muitos outros. O Ministro usou as velhas armas da direita o anti-comunismo primário equivalente ao anticomunismo de Salazar (expoente máximo do chamado “Poder forte”: Nesse tempo havia os que eram a favor e os outros que não eram, os subversivos comunistas (só havia uma oposição).

Nesse protesto em frente a um hotel de Chaves, onde decorria uma reunião com militantes (viva o luxo! – caso para ser verificado pelo Tribunal competente), estiveram professores, organizados espontaneamente, através de telemóvel fora das estruturas sindicais dominadas pelo PS (que não têm mexido uma palha neste processo – a chamada resistência passiva ao serviço do PS). Os sindicatos do PS passaram "cheques em branco às políticas dos PS". Só que a paciência tem limites que só a razão sabe.

Tenho motivos suficientes para desconfiar de uma trama que envolveu todo o tipo de provocação: visitas de polícias aos sindicatos, escolas, telefonemas do ministério para as escolas, e os habituais "excessos de zelo" que não são mais nem menos que as ordens dos "filhos de meretrizes" cumpridas. Aliás estão a ser utilizados os instrumentos de repressão anti terrorismo para reprimir os trabalhadores descontentes. São os Grandes Meios da direita para se manterem no Estado... A coragem foi mais forte que o medo... as ruas encheram-se! Também já não há mais nada a perder, já lehes roubaram tudo,... até

Resultado: 100 mil na rua no Sábado. Não foi para "se baldarem à escola"! Utilizaram um dia de descanso. Nunca os professores estiveram tão unidos. Os cães ladraram e a caravana passou...

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